sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Dissertação REDAÇÃO


A todo instante nos deparamos com situações que exigem a exposição de idéias, argumentos e pontos de vista, muitas vezes precisamos expor aquilo que pensamos sobre determinado assunto. Em muitas situações somos induzidos a organizar nossos pensamentos e idéias e utilizar a linguagem para dissertar. Mas o que é dissertar? Dissertar é, através da organização de palavras, frases e textos, apresentar idéias, desenvolver raciocínio, analisar contextos, dados e fatos. Neste momento temos a oportunidade de discutir, argumentar e defender o que pensamos através da fundamentação, justificação, explicação, persuasão e de provas. A elaboração de textos dissertativos requer domínio da modalidade escrita da língua, desde a questão ortográfica ao uso de um vocabulário preciso e de construções sintáticas organizadas, além de conhecimento do assunto que se vai abordar e posição crítica (pessoal) diante desse assunto. A atividade dissertadora desenvolve o gosto de pensar e escrever o que pensa, de questionar o mundo, de procurar entender e transformar a realidade. Passos para escrever o texto dissertativo O texto deve ser produzido de forma a satisfazer os objetivos que o escritor se propôs a alcançar. Há uma estrutura consagrada para a organização desse tipo de texto. Consiste em organizar o material obtido em três partes: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. - Introdução: A introdução deve apresentar de maneira clara o assunto que será tratado e delimitar as questões, referentes ao assunto, que serão abordadas. Neste momento pode-se formular uma tese, que deverá ser discutida e provada no texto, propor uma pergunta, cuja resposta deverá constar no desenvolvimento e explicitada na conclusão. - Desenvolvimento: É a parte do texto em que as idéias, pontos de vista, conceitos, informações de que dispõe serão desenvolvidas; desenroladas e avaliadas progressivamente. - Conclusão: É o momento final do texto, este deverá apresentar um resumo forte de tudo o que já foi dito. A conclusão deve expor uma avaliação final do assunto discutido. Cada uma dessa partes se relaciona umas com as outras, seja preparando-as ou retomando-as, portanto, não são isoladas. A produção de textos dissertativos está ligada à capacidade argumentativa daquele que se dispõe a essa construção. É importante destacar que a obtenção de informações, referentes aos diversos assuntos seja através da leitura, de conversas, de viagens, de experiências do dia-a-dia e dos mais variados veículos de informação podem sanar a carência de informações e consequentemente darem suporte ao produzir um texto.
Por Marina Cabral Especialista em Língua Portuguesa e Literatura Equipe Brasil Escola
Dissertação Subjetiva
Em se tratando do texto dissertativo há o predomínio da 1ª pessoa do singular?
Esse questionamento é muito comum, pois sempre aprendemos que não é aconselhável o uso da referida pessoa verbal, por tratar-se de um texto objetivo. Comumente, a modalidade mais requisitada em concursos e em provas de vestibulares é a Dissertação
Argumentativa.
Nela, a linguagem precisa ser clara, objetiva e precisa, uma vez que escrevemos para um leitor universal, com o qual não temos nenhum tipo de intimidade. É um tipo de texto que pauta-se por uma tese, isto é, uma ideia passível de discussão.
Nele expomos nosso ponto de vista sobre um determinado assunto, argumentando contra ou a favor do mesmo.
Por tratar-se de um texto objetivo, o recomendado é não utilizar a linguagem conotativa, pois ela dá margem a várias interpretações e revela um certo envolvimento por parte do emissor.
Mas existe um tipo de dissertação que apresenta uma abordagem mais pessoal diante do tema em discussão. É a chamada Dissertação Subjetiva.
É importante lembrarmos de que Subjetividade é marca pessoal, fonte reveladora de sentimentos e emoções frente a um determinado assunto.
O uso da 1ª pessoa e de uma linguagem conotativa são características relevantes, acentuando um envolvimento maior do emissor em relação à tese ora defendida. Neste caso, os argumentos nem sempre são pautados com base na racionalidade. Para melhor entendermos sobre esta questão, analisaremos um poema, o qual representa o texto em estudo:
Mulher ao espelho Hoje que seja esta ou aquela, pouco me importa.
Quero apenas parecer bela, pois,
seja qual for, estou morta.
Já fui loura, já fui morena, já fui Margarida e Beatriz. Já fui Maria e Madalena.
Só não pude ser como quis.
Que mal faz, esta cor fingida do meu cabelo,
e do meu rosto, se tudo é tinta:
o mundo, a vida, o contentamento, o desgosto?
Por fora, serei como queira a moda, que me vai matando.
Que me levem pele e caveira ao nada, não me importa quando.
Mas quem viu, tão dilacerados, olhos, braços e sonhos seus e morreu pelos seus pecados, falará com Deus. Falará, coberta de luzes,
do alto penteado ao rubro artelho.
Porque uns expiram sobre cruzes, outros, buscando-se no espelho.
Cecília Meireles
Por Vânia DuarteGraduada
em Letras Equipe Brasil Escola

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